Morango – Arbutus unedo
Generalidade
É uma árvore perenifólia pequena, de crescimento lento, em média de 5 a 7 m de altura, com uma forte atitude polonífera e um hábito tendencialmente arbustivo; a casca dos ramos jovens é avermelhada e aveludada, posteriormente mais escura e escamosa. As folhas são alternadas, ovais, até 10 cm de comprimento, dentadas nas bordas, verde-escuras e brilhantes na face superior e mais claras na inferior. As inflorescências são compostas por cerca de 20 flores campanuláceas e hermafroditas que possuem uma corola urceolada com cinco dentes curtos, a cor varia do branco ao creme, às vezes rosa na parte exposta ao sol; o período de floração é entre setembro e janeiro, a polinização é entomófila, operada por abelhas ou outros insetos polinizadores.
Frutas
Os frutos são bagas de superfície rugosa, têm epiderme eriçada de numerosos e pequenos tubérculos, enquanto a polpa clara é suculenta, de sabor adocicado, rica em esclereidas e num número variável de sementes. No início os frutos são verdes, depois tornam-se amarelos e quando maduros adquirem a cor laranja avermelhada característica. O medronheiro frutifica entre setembro e novembro, em simultâneo com a floração que dará vida aos frutos do ano seguinte. No que diz respeito às variedades, podem ser selecionadas cultivares com frutos caracterizados por um melhor sabor, enquanto do ponto de vista ornamental existem plantas com flores rosas e bagas mais coloridas.
Clima e terreno
O medronheiro prefere climas mediterrâneos, tolera bem as altas temperaturas do verão e as temperaturas frias do inverno, mas as mudas devem ser protegidas na base com lâminas transpirantes em períodos de forte geada.
A planta deve ser exposta em locais com muito sol e protegida dos ventos gelados; no caso de temperaturas muito altas, as exposições em áreas semi-sombreadas são preferidas. É uma espécie nativa da bacia do Mediterrâneo e da costa atlântica até a Irlanda; na Itália é cultivada no sul, até uma altitude de 600 m, nas colinas da Romagna e até no Trentino-Alto Adige, se exposta a pleno sol. Em termos de solo não tem necessidades particulares, mas prefere solos soltos, arenosos, férteis, subácidos e bem drenados. É uma das espécies do Mediterrâneo que melhor se adapta ao fogo; em solos ácidos, o fogo repetido favorece o medronheiro, capaz de rapidamente lançar novas raízes do solo após a passagem do fogo, impondo-se às outras espécies.
Técnicas de cultivo
O medronheiro propaga-se por via gâmica ou vegetativa, segundo as técnicas de corte, estratificação ou com recurso a rebentos enraizados. As plantas obtidas a partir da semente caracterizam-se por uma excelente ancoragem ao solo, por uma frutificação lenta e por uma forte heterogeneidade. As mudas de medronheiro na época do plantio devem ter no mínimo dois anos; na hora do transplante, em campo aberto ou em vasos, para favorecer a drenagem e evitar o apodrecimento das raízes, é aconselhável colocar argila expandida misturada com brita e areia no fundo do buraco. Na primavera, as podas são realizadas cobrindo os ápices dos ramos para favorecer a forma arbustiva, o engrossamento e a floração, caso contrário, as partes secas ou danificadas, os ramos deslocados e eventuais rebentos devem ser removidos. Na primavera, as fertilizações orgânicas são realizadas enterrando o fertilizante a alguns centímetros da base da planta; em solos muito ácidos, podem ocorrer fenômenos de clorose com amarelecimento das folhas, nestas situações devem ser administrados quelatos à base de ferro.
Para as espécies cultivadas em vasos, recomenda-se um fertilizante rico em nitrogênio e potássio, a ser misturado à água de irrigação, a cada 20-25 dias. O medronheiro é capaz de suportar períodos de seca prolongada, mas a irrigação deve ser feita em mudas recém-plantadas e em espécimes jovens em épocas de baixa chuva. Por ser uma espécie rústica é resistente aos parasitas, mas no caso de estagnação da água devido à má drenagem ou solos muito compactos, pode ocorrer apodrecimento das raízes.